Acredito seriamente que estamos vivendo a Era da Mediocridade, em relação à postura das nossas autoridades. Tudo bem que não vejo as pessoas eleitas por nós como nossos superiores, pois, como reza a Constituição, " todo poder emana do povo" e parece que ninguém sabe disso, pois muitos reverenciam as autoridades como se fossem deuses, ignorando que os três poderes são submissos à soberania do povo.
Por séculos, atravessamos fases que, de acordo com os costumes da época e conforme os valores, principalmente nas artes, iam recebendo denominações, tal qual HUMANISMO, período em que a Igreja foi lentamente perdendo o poder e o Homem passou a valorizar-se, a buscar a si próprio. E assim, as épocas foram recebendo denominações: CLASSICISMO, BARROCO, ARCADISMO, ROMANTISMO, REALISMO,NATURALISMO, SIMBOLISMO, MODERNISMO, até a era contemporânea.
Se prestarmos atenção em nossos governantes, podemos observar o abandono de posturas radicais, como na época da ditadura, ou na época dos reis loucos, mas o que estamos presenciando não é uma conquista da seriedade, sem autoritarismo, nada disso. O autoritarismo persiste, mas ao contrário dos ditadores de outrora, o que estamos vivendo é ridículo!
Quando Fernando Collor de Melo foi presidente do Brasil, era hilário ver suas caminhadas nos parques, sempre acompanhado da televisão, e um dos destaques dos jornais era a sua maratona esportiva, seguido por dezenas de seguranças, que também brilhavam nos holofotes.
Não era aquilo que eu esperava de Collor, o narcisista que subia em muros e dizia que seu peito estava aberto para ser atingido e não tinha medo dos funcionários "fantasmas". Estava à caça deles. Foi decepcionante para a Nação, ver que povo fora passado para trás e que em vez de combater os marajás, ele sequestrou a poupança de brasileiros, levou muitos à ruína e ao suicídio.
O que vimos então? Uma cena de filme dramático, muito triste, de um homem que poderia ser o "salvador" do povo e que desceu a rampa do planalto ao lado de sua mulher, sob vaias. Pobre Collor! Quanta tristeza se abateu sobre sua família, quantas dasavenças.
Fernando Henrique tinha uma postura louvável, aquela que se espera ver em um presidente.
Em seu governo tivemos grandes conquistas, a economia iniciou um período de estabilização, e o seu maior feito foi a Lei de Reponsabilidade Fiscal, sem dúvida alguma. Isso não quer dizer que eu aprove totalmente o seu governo, estamos falando de postura e a dele... pelo menos eu acho que é impecável.
O presidente dos Estados Unidos, visto por todos como o homem mais poderoso do mundo, que , para mim, representa o egoísmo do povo americano ( poderoso, mas não para nós ), pois não é que dias atrás ele apareceu na mídia rebolando? Aí eu vi que no fundo, eu tinha até uma certa reverência pela postura dele, mas depois disso, pasmei. Ele não pode rebolar? PODE, mas não para o mundo, diante da televisão. Será que ficou-lhe bem?
Aqui no Brasil, na Assembléia, presenciamos a dança da pizza. Que coisa mais esdrúxula. Essa é a palavra que melhor define aqueles passos dantescos.Olha a postura...
Agora estamos vivendo a C P I dos cartões corporativos e já assistimos na segunda sessão, o senador Álvaro Dias, do mesmo partido da senadora Marisa Serrano, chamar-lhe a atenção, como se faz com uma criança, porque a senadora não tinha domínio, meu Deus! ainda bem que temos homens como o senador Álvaro Dias. E o sorvete de tapioca que a própria senadora provou, em plena assembléia, durante os trabalhos da CPI? É por essas atitudes que ela demonstra dificuldades em controlar aqueles senadores. Isso é inacreditável e deplorável que continue acontecendo, sem contar que "pulei " a parte do Senhor Roberto Jefferson, que foi cantar no Programa do Jô... Sem contar o senhor Severino, que mais parecia uma afronta para com a nossa inteligência e sem contar, inclusive e, principalmente, com a desaprovação popular, ou seja com a ação popular, porque lamentar esses episódios, nós o fazemos, mas não agimos mais, empacamos nos comentários e ficamos à espera do renascimento de um Salvador da Pátria. Dizem os sábios: infelizes daqueles que precisam de heróis em suas vidas, infeliz da nação que precisa de um salvador.
A humanidade sempre foi marcada por histórias de lutas pelos seus direitos e, de repente, formamos uma sociedade apática, que se limita a ironizar essas situações e nada mais. Somos coniventes com a deterioração da postura política, estamos calados.
Temos que ouvir absurdos como a frase do prefeito do Rio de Janeiro, que esteve na Bahia e disse que foi rezar para que os "santos levassem os mosquitos da dengue para o mar"... deixar que penetre em nossos ouvidos a declaração de que" para controlar a dengue, seria preciso mudar o clima do país, pois é impossível acabar com o mosquito , com um clima tropical, como é o nosso." Será que ouvi bem? Acho que sim, minha audição é ótima.
Voltando ao panorama internacional, mas não tão longe de nós, ali, na Bolívia o senhor presidente Evo Morales veio a público dizer que quer jogar futebol, fazer parte da divisão. Não é engraçado? Ou eu que estou ultrapassada e a "onda" é essa agora, aparecer como estrelas ?
E o nosso presidente? No início eu ficava horrorizada quando ouvia os seus discursos . Creio " que nunca na história desse país, ouvimos tantas "pérolas" proferidas por um "chefe "de Nação". Antes eu me deleitava com as colunas de Diogo Mainardi, na VEJA. Depois de um tempo, comecei a estranhar aquelas colunas, porque quando você exagera nas críticas, elas já assumem a característica de perseguição, de coisa pessoal e os textos deixam de ser sérios e se tornam caricaturais. Perdi a admiração por Diogo Mainardi e passei a achar até pitorescos os discursos de Lula. De repente soprou em mim uma leve simpatia pela, digamos, "versatilidade" de postura de Lula. Mas, tem sempre essa conjunção adversativa para nos alertar: "MAS ". Quando ouvi no Jornal Nacional, um pronunciamento nada fácil de se digerir, fiquei na corda bamba. Era LULA de um lado, falando pausadamente, para o tradutor reproduzi-lo e do outro lado, com um sorriso bem largo, Ugo Chavez se deleitava, ouvindo Lula chamá-lo de PACIFICADOR. Isso mesmo, PACIFICADOR. Pasmem comigo, não me deixem só. Primeiro eu achei muita graça, depois pensei: Ou eu não ouço mais esses noticiários, ou breve, serei dominada pela postura de ficar 'pasmada' para sempre, feito a mulher que ousou olhar para trás e virou estátua de sal, segundo a bíblia.
Fiquei imaginando: Será que Lula falava sério? Será que o próprio Ugo acreditou? Ou será que eu acho que nossas autoridades estão na Era da Mediocridade , enquanto eles é que têm certeza de que nós é que somos medíocres?
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Um comentário:
Amiga Malu, é lamentável mas é real, nós é que somos medíocres mesmo, no meu caso não tenho como negar, votei duas vezes para vereador na figura decorativa do Didão e em vários outros imcompetentes, que não tenho o direito de reclamar, apenas lamentar.
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