sexta-feira, 2 de maio de 2008

Primeio de maio: comemoremos com carinho e amor.

DIA DO TRABALHO – PRIMEIRO DE MAIO

Escrever é um trabalho e acredito eu que seja uma das atividades mais prazerosas.

Profissionais com fins objetivos como os autores de livros didáticos, jornalistas e outros, ou aqueles que gostam de escrever por arte, como os poetas, romancistas e os que o fazem por hoby, deverão, porém se guiar pela máxima de que não se pode ter a pretensão de impor uma determinada opinião, pois até mesmo as teses científicas, os registros de fatos históricos, às vezes são contestados. É um trabalho com idéias e cada qual escreve de acordo com a sua formação, caráter, cultura, ponto de vista e se forem escritos científicos ou técnicos, são de acordo com pesquisas e experiências e que também, podem alcançar divergências.

O ato de escrever é democrático, exatamente porque se expõe à apreciação do leitor e por mais que um texto seja alvo de críticas, é aí, na liberdade de expressão que está a enriquecedora fonte do questionamento crítico, tanto para o leitor quanto para o escritor.

Se ninguém escrevesse, agradando ora a gregos, ora a troianos, ou desagradando a ambos, nada seria registrado, não teríamos fatos tão confiáveis da História da humanidade, assim como não saberíamos da famosa frase de Getúlio Vargas, em um de seus discursos que mobilizavam multidões: “Trabalhadores do meu Brasil...”.
Pois é, com certeza esse país tem muitos trabalhadores que merecem toda a glória e, muitas vezes, não sabem da força que têm.

Se não fosse o camponês, de que forma o dono das indústrias de óleo, trigo e outros alimentos estariam ricos? Se não fosse o pedreiro, como os ricaços construiriam seus apartamentos e palacetes? Se não fosse o garçom, quem serviria refinadamente num jantar de gala? Se não fosse o funcionário da gráfica, como seria publicado um livro de sucesso? Se não fosse o trabalhador braçal, como o asfalto das rodovias privatizadas (as mantidas pelos poderes públicos são péssimas) poderia servir de tapete para os carrões dos ‘bacanas’? E assim por diante?

Esses trabalhadores braçais, tão importantes na construção da sociedade e tão pouco valorizados no quesito salário, têm o mesmo destaque na construção da nossa sociedade, como o médico que nos salva, o advogado que representa o direito de voz dos acusados, o piloto que nos permite encurtar consideravelmente o tempo causado pelas distâncias, os biólogos que estudam a vida para ajudar a preservá-la, assim como outras profissões, sejam elas bem ou mal reconhecidas.

Atualmente temos o trabalho com a ajuda da tecnologia, que é tudo o que o homem cria para agilizar sua ação, se bem que infelizmente, apenas uma pequena porcentagem da população tenha acesso a esse avanço, por causa da lógica do capital, que “vende” o produto tecnológico que o próprio homem ajudou a construir e poucos podem comprar.

Não poderia, no entanto, deixar de citar a mais nobre de todas as profissões: a do professor. Dom Pedro dizia que se não fosse imperador, seria professor. O professor dispensa igual atenção à criança que será médico, dentista, varredor de rua, cientista, motorista, a todos enfim. É a profissão daqueles que semeiam o saber nas criaturas e, pelas conquistas grandiosas da humanidade em todas as áreas, pode-se afirmar que as sementes caíram em muitas terras férteis e deram muitos frutos, desde o princípio.

Lembro-me de que quando criança, todos os dias em minha escola, colocavam-nos em filas, por série, no pátio. O diretor sempre nos dirigia a palavra antes de entrarmos para a sala de aula, com muita sabedoria e sua fala foram sementes que devem ter gerado muitos frutos bons, pois foi com ele que aprendi dar valor a todas as profissões e saber que são essenciais para o desenvolvimento de um país. Antes de irmos para nossa sala, ele nos falava a cada dia sobre um assunto e depois cantávamos o Hino Nacional. Fazia questão da presença desde a faxineira até a dentista da escola nesse ritual, e depois da iniciação solene, a fila mais comportada levava a bandeira para a sala de aula, coisas da ditadura, afinal, dirão. Foi nesse cenário patriota que aprendi a música que cantávamos na véspera de primeiro de maio, acompanhados inclusive pelo diretor, um trabalhador em educação que deixou uma marca de seriedade, competência e creio que todos os alunos devem lembrar-se dele como um modelo de profissional. A música:

“O trabalho é nobre mister/
A que se inclui qualquer serviçal/
Todos quantos a pátria requer/
Do operário ao intelectual. /

REFRÃO: comemoremos com carinho e amor,
Primeiro de maio, dia do trabalhador,
Primeiro de maio, dia do trabalhador,
Comemoremos com carinho e amor.

O trabalho do aluno é estudar/
Professores trabalham também/
O salário do aluno é aprender e passar/
Professores teu prêmio é no além.”

Bem diz o provérbio “é de pequeno que se torce o pepino”, pois aprendi naquela escola que todo trabalhador é imprescindível em nossas vidas, esteja exercendo a profissão que for, não existe o melhor profissional, e, sim, aquele que dá o máximo de si, mesmo que isso não seja tão evidente como seu colega. Mas pode ser que seja o possível que ele consiga fazer. É claro que existem os preguiçosos e os corruptos, mas primeiro de maio não é dia deles. É dia dos esforçados, com destaque ou não.

Neste dia quero falar da admiração que tenho por uma profissão: os bombeiros que se arriscam como heróis para salvar seres, seja na água, seja no fogo. Esses merecem importante destaque.

Voltando a Getúlio Vargas que dizia solenemente: “trabalhadores do meu Brasil...” e era aplaudido por uma multidão crédula de que aquele discurso anunciava uma promessa de prosperidade, eu me pergunto se algum dia, essa minha gente de braços prontos para servir conscientizar-se-á da força poderosa e inexaurível que têm.

Professora Malu Milreu

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito dessa matéria sobre o trabalhador, mas amiga,você não escreveu sobre as mães! Queria ler algo sobre essse assunto... abraços